sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Interpretação


TATI
No dia de Natal, a praça amanheceu vibrante de campainhas, atravessada por dezenas de bicicletas novas, luminosas. Nenhuma criança quis emprestar a sua a Tati.
Sentada no banco, olhando com inveja para as que se divertiam, estava indignada com Papai Noel que não lhe trouxera nada. Desde o ano passado, guardara essa mágoa. O velho só botava brinquedo para as outras crianças. Resolveu queixar-se à sua mãe, levando pela mão a pretinha Zuli, que também não ganhou nada. Na praça, já se tinha acamaradado com outras que ficaram chupando o dedo, de longe. Sua mãe, sendo tão poderosa, devia ter conseguido de Papai Noel alguma coisa. Uma freguesa prometera um brinquedo que nunca mais chegava. Mas, o ideal de Tati, o que ela desejava mesmo, era uma bicicleta. Não a tendo obtido, retirou da gaveta Carolina e Gerê e arranjou-se com os dois. Manuela sentiu a solidão da filha. Amargurou-se ao vê-la brincar com Gerê, todo esfrangalhado, como sempre. Levou-a ao alto de Santa Teresa. Lá em cima, um português veio brincar com a menina, enquanto a mãe contemplava o oceano. Ao descerem de bonde, à noitinha, já a criança dormia no colo.
Na verdade, quem descia de bonde era só Manuela, porque a filha vinha descendo de bicicleta, uma linda e macia bicicleta, como não havia igual na praça. As outras crianças faziam ala para vê-la passar... E Tati passava fazendo vibrar as campainhas com orgulho, um pouco pálida, os cachos do cabelo esvoaçando... Sentia uma delícia enorme naquela corrida. O bondezinho chegou ao viaduto, a mãe teve de acordá-la para a baldeação próxima. Foi o único trecho que  Tati viajou de bonde, dormindo logo em seguida para retornar a sua bicicleta macia e velocíssima. Zuli, a pretinha, viajava na garupa ...
(Aníbal Machado. A morte da porta-estandarte e outras histórias. Rio de Janeiro, José Olympio, 1965, p. 217)
1)      Por que Tati estava indignada com o Papai Noel?
2)      Quem era Zuli?
3)      Quem eram Carolina e Gerê?
4)      Como Tati julgava sua mãe? Comprove, retirando um trecho do texto.
5)      Qual expressão mostra como a mãe de Tati se sentiu naquela manhã de Natal?
6)      O que a mãe de Tati fez para distraí-la?
7)      Como Tati apareceu de repente em uma linda bicicleta?
8)      Em que cidade a história se passa? Retire do texto elementos que comprovem sua resposta.
9)      Quem era o pai da menina?
10)   Há quanto tempo a menina esperava ganhar uma bicicleta? Por qual razão ela não ganhou o brinquedo?
11)   Veja o trecho: “Sua mãe, sendo tão poderosa, devia ter conseguido de Papai Noel alguma coisa (...)”. Qual o motivo de a mãe da menina não ter conseguido nenhum presente?

6º ANO - NUMERAIS (TABELA)

Tabela de Correspondência entre ALGUNS Numerais Cardinais e Ordinais:
CARDINAIS
ORDINAIS
Um
Primeiro
Dois
Segundo
Três
Terceiro
Quatro
Quarto
Cinco
Quinto
Seis
Sexto
Sete
Sétimo
Oito
Oitavo
Nove
Nono
Dez
Décimo
Onze
Undécimo ou décimo primeiro
Doze
Duodécimo ou décimo segundo
Treze
Décimo terceiro
Quatorze
Décimo quarto


Vinte
Vigésimo
Vinte e um
Vigésimo primeiro
Vinte e dois
Vigésimo segundo


Trinta
Trigésimo
Quarenta
Quadragésimo
Cinquenta
Quinquagésimo
Sessenta
Sexagésimo
Setenta
Setuagésimo
Oitenta
Octogésimo
Noventa
Nonagésimo


Cem
Centésimo
Duzentos
Ducentésimo
Trezentos
Trecentésimo
Quatrocentos
Quadringentésimo
Quinhentos
Quingentésimo
Seiscentos
Sexcentésimo ou seiscentésimo
Setecentos
Setingentésimo ou septingentésimo
Oitocentos
Octingentésimo
Novecentos
Nongentésimo ou noningentésimo


Mil
Milésimo
Milhão
Milionésimo
Bilhão
Bilionésimo



terça-feira, 27 de setembro de 2011

6º ANO - NUMERAIS (TEORIA)

NUMERAIS
Conceito: Numeral é a palavra que exprime uma quantidade definida, exata de seres (pessoas, coisas, etc.) ou a posição que um ser ocupa em determinada sequência.
 Os numerais subdividem-se em quatro grupos:
§  Cardinais
§  Ordinais
§  Multiplicativos
§  Fracionários
1) NUMERAIS CARDINAIS – são os que indicam quantidades, número exato de seres.
Exemplo: É deplorável que três milhões de crianças brasileiras de cinco a catorze anos tenham que trabalhar para ajudar a família.
Observações:
a)       Na leitura e na escrita por extenso dos cardinais, usamos a palavra “e” entre as centenas e as dezenas e também entre as dezenas e as unidades. Por exemplo: 37.467 (lê-se o número do seguinte modo: trinta e sete mil, quatrocentos e sessenta e sete).
b)       Admitem feminino somente os cardinais um (uma), dois (duas) e as centenas a partir de duzentos (duzentas, trezentas, etc.).
c)       Os cardinais milhão, bilhão, etc. são palavras masculinas, portanto, deve-se empregá-los do seguinte modo: “dois milhões de pessoas” e não: “duas milhões de pessoas”.
d)       Alguns cardinais possuem duas grafias consideradas corretas. São elas: catorze ou quatorze; bilhão ou bilião; trilhão ou trilião. As formas “hum” e “cincoenta” SÃO INCORRETAS. As CORRETAS são: UM e CINQUENTA.
2) NUMERAIS ORDINAIS – são numerais que indicam o lugar, a posição  que alguém ou alguma coisa ocupa em uma sequência.
Exemplo: No ranking da Unicef, o Brasil ocupa a centésima quinta posição.
Observações: Nas referências a papas, reis, séculos, capítulos, tomos, etc. , os numerais são empregados de formas distintas. Veja:  
Se o numeral aparece depois do substantivo:
§  Até dez = empregam-se os ordinais. Exemplos: Papa Paulo VI (lê-se: Papa Paulo Sexto), Capítulo X (lê-se: capítulo décimo).
§  Acima de dez = empregam-se os cardinais. Exemplos: Século XI (lê-se: século onze), capítulo XV (capítulo quinze), Papa Bento XVI (Papa Bento Dezesseis).
Na escrita de artigos, leis, etc., empregam-se:
§  Os ordinais até primeiro ao nono e os cardinais daí por diante. Assim:
Exemplos: Artigo II (lê-se: artigo segundo) e Artigo XII (lê-se: artigo doze);
Se o numeral aparecer antes do substantivo, usa-se sempre os ordinais. Exemplo: XXI século (lê: vigésimo primeiro século).
3) NUMERAIS MULTIPLICATIVOS – exprimem a ideia de multiplicação de uma determinada quantidade.
Exemplo: “Para dar condições dignas de vida às crianças, um país como o Brasil deveria investir em projetos sociais pelo menos o triplo do que investe atualmente”
Observações:
Os multiplicativos mais comumente empregados são: o dobro e o triplo. Os demais – quádruplo, quíntuplo, sêxtuplo, óctuplo, etc. – normalmente, são substituídos pelo numeral cardinal, seguido da palavra “vezes”. Exemplo: cinco vezes, seis vezes, sete vezes, etc.
4) NUMERAIS FRACIONÁRIOS – são aqueles que indicam uma divisão, ou seja, uma fração. Exemplo: Um terço dos jovens brasileiros pertencem a famílias que possuem renda de até meio salário mínimo.
Observações: Quando a palavra meio funciona como numeral fracionário, ela deve concordar com o substantivo a que se refere. Exemplos: Ele tomou duas meias garrafas de vinho.  / O trem partirá ao meio-dia e meia (hora).

BIBLIOGRAFIA:

FERREIRA, MAURO. APRENDER E PRATICAR GRAMÁTICA. SÃO PAULO: EDITORA FTD, 2005

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

7º ANO - Engenheiros do Hawai - Dom Quixote

Paralamas do Sucesso & Pitty - Tendo a Lua (Clipe Oficial)



Vejam este material sobre o mito de Ícaro, a ciência e a música dos Paralamas do Sucesso, Tendo a Lua, do físico e professor da UFRJ João Torres de Mello Neto.
Aproveito aqui para indicar o site do meu amigo dos tempos de USP, também professor de português e lexicógrafo - pesquisador da área de Letras que estuda e elabora verbetes para dicionários, Professor Alberto Rosa Júnior, cujo o apelido é Gallileo. Tem um material muito bom lá vídeos e indicações de livros http://profgallileo.tk/

Tendo a Lua

Os Paralamas do Sucesso

Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
O céu de ícaro tem mais poesia que o de galileu
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu
Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.






Gostou? Mais letras dos Paralamas do Sucesso: clique aqui e ouça esta e outras músicas dos Paralamas do Sucesso pela playlist.

7º e 9º Anos - Relação entre os Mitos e a Ciência

O ceú de Ícaro e de Galileu

No texto de estreia da coluna Exatamente, o físico João Torres de Mello Neto, da UFRJ, traça um paralelo entre o céu de Ícaro, em sua dimensão mítica e trágica, e o de Galileu, governado pelas leis da física que regem o destino do universo.
Por: João Torres de Mello Neto
Publicado em 23/11/2010 | Atualizado em 24/11/2010
O ceú de Ícaro e de Galileu
‘Despertar de Ícaro’, tela do pintor brasileiro Lucílio de Albuquerque (1877–1939).
A banda brasileira Paralamas do Sucesso, em sua bela canção ‘Tendo a Lua’, argumenta que o céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu. Com duas filhas adolescentes em casa, essa questão, por vezes, adquiria premência nos longos cafés da manhã aos sábados. Supondo a possibilidade de quantificar o quanto de poesia determinado lugar tem, será que aquela afirmação é óbvia?
Como leigo em poesia, nem tenho certeza de que o ‘poético’ possa ser bem definido, mas suponho que todos tenham um sentimento do que é poético.
O final trágico de Ícaro, sua juventude ao se jogar ao Sol, sua insolência parecem-me poéticos
O céu de Ícaro é o céu dos mitos e do trágico. Ícaro é filho de Dédalo, que, entre outras coisas, como o labirinto do Minotauro, fez asas de penas e cera para voar. Ícaro as foi testar. Desdenhou da recomendação paterna em sua ânsia juvenil de explorar o desconhecido e se aproximou em demasia do Sol. O calor derreteu a cera, e, ao final de sua provocação desmedida, ele se espatifou no mar, morrendo. O final trágico de Ícaro, sua juventude ao se jogar ao Sol, sua insolência parecem-me poéticos.
O céu do físico e astrônomo italiano Galileu Galilei (1564-1642) é aquele no qual o cientista, com telescópios e satélites, observa o espetáculo das leis da física que regem o destino igualmente trágico do universo, cujo parto de si mesmo – conjuntamente com o nascimento do espaço e do tempo – se dá em uma explosão cujos rastros conseguimos estudar por meio de seu ‘ruído’ tênue remanescente (a chamada radiação cósmica de fundo), da formação dos primeiros núcleos atômicos e da alteração da luz emitida pelas galáxias à medida que elas se afastam de nós (o desvio para o vermelho).
Com precisão cada vez maior, conseguimos mapear a história dessa explosão primordial, embora, com isso, novas questões surjam, e nossa ignorância sobre o que constitui grande parte do universo tenha aumentado com a descoberta da matéria escura e a energia escura, ambas de natureza ainda misteriosa para a ciência.
Supernova
Remanescente da supernova observada por Tycho Brahe em 1572 fotografado pelo observatório de raios-X Chandra. (foto: Nasa/CXC/SAO)
O céu de Galileu é jovem: começou a se delinear cerca de 500 anos atrás. Já em 1572, o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-161), ao observar, na constelação de Cassiopeia, uma supernova (explosão de uma estrela massiva e moribunda), perturbava, de forma irreversível, a visão clássica do céu como um lugar imutável.
Galileu, apontando sua luneta para Júpiter e descobrindo o movimento elíptico de seus muitos satélites, abalou os fundamentos do cosmo aristotélico-ptolomaico, longamente cristalizado na Idade Média.
Aquele pequeno sistema, movimentando-se com as leis descobertas pelo astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630), tornava o céu mais complexo e mais interessante do que se conhecia à época: nem todas as órbitas se davam em torno da Terra.
O céu que Galileu descortinou não é o céu plácido dos namorados. É um céu catastrófico, violento, onde as leis da física são levadas a extremos. As estrelas são palco de uma luta intensa entre a força de autogravitação, que tende a comprimi-las, e as reações nucleares em seu interior, que equilibram a gravitação.
Quando o combustível nuclear se esgota, algumas escurecem lentamente, e outras explodem em morte violenta. Dependendo da massa da estrela, a explosão que a aniquila deixa um cadáver distinto. As mais massivas terminam como buracos negros ou estrelas de nêutrons – uma colher de chá da massa destas últimas pesaria mais do que um bilhão de toneladas. As menos massivas acabam como estrelas diminutas, anãs brancas.
O céu de Galileu, com seus fenômenos catastróficos, dificilmente poderia ser sonhado por um poeta, mas poucos negariam a intensa poesia desses mundos em convulsão
Por muito tempo, buracos negros foram mera curiosidade matemática que poucos acreditavam corresponder a um sistema físico minimamente real. Hoje, os astrônomos têm certeza de que, no centro da maioria das galáxias, habita um buraco negro supermassivo, objeto que suga toda a massa e a luz em torno dele, onde o tempo literalmente para e onde um infeliz astronauta seria rasgado em pedaços.
Temos certeza de que um buraco negro habita o centro aparentemente calmo de nossa galáxia. Sabemos até inferir sua massa: 3,7 milhões a do Sol. Porém, núcleos de galáxias mais tormentosos expelem jatos gigantescos de matéria e radiação, resultados da dinâmica dos buracos negros ali instalados.
"Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?", perguntava o poeta recifense Manuel Bandeira (1886-1968). O céu de Galileu, com seus fenômenos catastróficos, de tão desmesurado, dificilmente poderia ser sonhado por um poeta. Mas poucos negariam a intensa poesia dos mundos em convulsão que o habitam.

João Torres de Mello Neto
Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro
joaodemelloneto@cienciahoje.org.br

sábado, 17 de setembro de 2011

Poema em linha reta - Osmar Prado

Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa

Autopsicografia (Fernando Pessoa) - na voz de Paulo Autran

9º Ano - Um Poema de Pablo Neruda:Te Amo - Pablo Neruda

7º ANO - O texto inspirado em Cervantes e Dom Quixote: O Homem de La Mancha (1977) - Paulo Autran

9º ANO - VERBOS PARTE II

Verbos – Parte II
TEMPO VERBAL
Se imaginarmos uma linha do tempo e tomarmos como referência o momento em que falamos (ou escrevemos), podemos subdividi-la em três partes, para localizar a ocorrência de um fato.

Momento da fala

Tempo posterior ao momento da fala

Tempo anterior ao momento da fala


PASSADO (OU PRETÉRITO)


PRESENTE

FUTURO

Essa subdivisão da linha do tempo dá origem aos três tempos verbais básicos: Passado (ou Pretérito), Presente  e Futuro.
Veja, a seguir, os principais usos desses tempos no modo indicativo.
TEMPO PRESENTE
Esse tempo é empregado para exprimir fatos que ocorrem no mesmo momento (concomitantes) em que o falante os observa ou se refere a eles.
Exemplos:
 “Em praias de indiferença navega meu coração”. (Cecília Meireles)
São cinco horas.
O vento sopra frio lá fora e a cidade ainda dorme.
As palavras destacadas acima, em negrito, são as formas verbais expressas no tempo presente do modo indicativo.
Observações:
1)      O presente também pode ser usado para exprimir:
·         Um fato habitual. Veja: “ Às vezes, abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes, encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro”. (Cecília Meireles)
·         Ou um fato atemporal, isto é, sem começo, nem fim. Observe: “Oceanos e mares ocupam 71% da superfície da Terra”.
2)      A noção de tempo também pode ser expressa por determinadas estruturas, constituídas por mais de uma forma verbal. Veja:
·         Os bombeiros estão tentando apagar o incêndio na fábrica.
PRETÉRITO (ou Passado)
As formas verbais desse tempo fazem referência a fatos situados num tempo anterior ao momento da fala (ou da enunciação). Existem três tipos de pretérito. São eles: pretérito perfeito, o pretérito imperfeito e o pretérito mais-que-perfeito. Veja cada um deles:
Pretérito Perfeito (= Passado Perfeito) – expressa fatos totalmente concluídos, já antes do momento da fala/enunciação.
Exemplo: Em 1492, Cristóvão Colombo descobriu a América.

Observações:
·         1ª ) É comum, principalmente nas narrativas históricas, o emprego das formas verbais do presente para fazer referência a fatos já acontecidos. Esse recurso visa tornar mais vivos os fatos, mostrando-os como se estivessem acontecendo no momento em que se fala.
Exemplo: Em 1492, Colombo parte para a Espanha, atravessa o Atlântico e chega à nova terra: a América.
·         2ª ) O pretérito perfeito pode ser expresso por meio de duas formas verbais. Nesse caso, ele é chamado de composto e é empregado em referência a fatos iniciados no passado e que continuam ocorrendo até o momento da fala.

Exemplo: Por conta dos vestibulares, nossos alunos têm estudado bastante neste ano.

PRETÉRITO IMPERFEITO – usado em referência a um fato que não havia chegado ao final no momento em que  outro fato aconteceu.
                               Exemplo: As estrelas ainda brilhavam, quando iniciamos a viagem.
Observações:
·         O imperfeito também se aplica em referência a fatos passados de ocorrência continuada ou habitual.

Exemplo:
Antigamente, uma trilha sinuosa cortava a serra em direção ao planalto.
Quando ele ficava sem dinheiro, emprestava sempre dos amigos, porém, nunca devolvia.

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO – faz referência a um fato totalmente concluído e que ocorreu antes de outro fato também já concluído.
                               Exemplo:
                                               Quando ligamos a televisão, o jogo já terminara. (Explicação: nessa frase, “terminara” é uma ação anterior a “ligamos”)
                Na linguagem cotidiana, esse tempo é pouco usado. Normalmente, os falantes o substituem por formas compostas. Desse modo:
                                Exemplo: Quando ligamos a televisão, o jogo já tinha/ havia terminado.
FUTURO
                Esse tempo é usado em referência a fatos que se realizam (ou podem se realizar) depois do momento em que o falante a ele se refere. O futuro subdivide-se em: futuro do presente e futuro do pretérito.
                FUTURO DO PRESENTE – exprime fatos cuja ocorrência localiza-se depois do momento de fala.
                               Exemplos: Hoje à noite, haverá um debate entre os candidatos. Eles, provavelmente, discordarão de nossos argumentos.
                Note que, nos exemplos acima, as formas verbais do Futuro do Presente exprimem certeza ou grande probabilidade de ocorrência de um fato.
                Observações:
1)      Em certos contextos, a noção de futuro pode ser expressa por formas verbais do presente.

Exemplo: No próximo sábado, ele conclui o trabalho e volta para casa.
Conclui (presente) = concluirá (futuro); volta (presente) = voltará (futuro)

2)      O Futuro do Presente pode ocorrer na forma composta, exprimindo um fato futuro em relação ao momento de fala, mas passado em relação a outro fato futuro.

Exemplo: Quando ele chegar, já teremos terminado todo o trabalho.

FUTURO DO PRETÉRITO – indica um fato futuro, mas relativo a um outro, no passado.
                Exemplo: Você me garantiu que os documentos viriam hoje.                 
Observações:
1)      O Futuro do Pretérito pode exprimir a suposição sobre um fato.
Exemplo: O grupo que, na noite passada, invadiu a loja, estaria à procura de dinheiro e pedras preciosas.
2)      Em sua forma composta, o futuro do pretérito exprime fatos cuja realização só teria sido possível, se um outro fato tivesse ocorrido.

Exemplo: Ele teria vencido, caso não tivesse fraturado o braço.

COMPOSIÇÃO DOS MODOS VERBAIS
O quadro a seguir apresenta, para consulta, os tempos que compõem os três modos verbais. Veja:

MODO VERBAL
NOME DO TEMPO VERBAL
EXEMPLOS



INDICATIVO
PRESENTE
EU ANDO

PRETÉRITO IMPERFEITO
EU ANDAVA

PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
EU ANDEI

PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
EU TENHO ANDADO

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITOS SIMPLES
EU ANDARA

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
EU TINHA/HAVIA ANDADO

FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
EU ANDAREI

FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
EU TEREI/HAVEREI ANDADO

FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
EU ANDARIA

FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
EU TERIA/HAVERIA ANDADO



SUBJUNTIVO
PRESENTE
QUE EU ANDE

PRETÉRITO IMPERFEITO
SE EU ANDASSE

PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
QUE EU TENHA/HAJA ANDADO

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
SE EU TIVESSE/HOUVESSE ANDADO

FUTURO SIMPLES
QUANDO EU ANDAR

FUTURO COMPOSTO
QUANDO EU TIVER/HOUVER ANDADO



IMPERATIVO
IMPERATIVO AFIRMATIVO
ANDA(TU); ANDE (VOCÊ)

IMPERATIVO NEGATIVO
NÃO ANDES (TU); NÃO ANDE (VOCÊ)
    
FORMAS NOMINAIS

Um verbo, além de se apresentar sob as diferentes formas de seus tempos, pode aparecer também em suas FORMAS NOMINAIS. São três as formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio.




INFINITIVO

Exprime o fato verbal em si, sem indicar seu início ou término.
O infinitivo subdivide-se em:

- infinitivo impessoal (sem sujeito)
Exemplo: Pescar é um ótimo passatempo.

- infinitivo pessoal (com sujeito)
Exemplo: Era importante voltarmos logo.
(sujeito de voltarmos: nós)



GERÚNDIO
Exprime fato verbal em desenvolvimento, ou seja, enquanto ele ocorre.
Exemplos:                                           Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando,
Nossa! A poesia morrendo...
O Sol tão claro lá fora,
O Sol tão claro, Esmeralda,
E minh’ alma – anoitecendo.  
                                                                                                                                         O Sol tão claro, Esmeralda,
E minh’ alma – anoitecendo.  

Manuel Bandeira. Antologia Poética. Rio de Janeiro, Editora José Olympio, 1977.
PARTICÍPIO
Exprime o resultado do fato verbal.
Exemplos:
“Acordei para a mesma vida que tinha adormecido/Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota”, Fernando Pessoa.
As três formas nominais apresentam terminações próprias, que possibilitam identificá-las:
FORMA NOMINAL
TERMINAÇÃO
EXEMPLOS
Infinitivo
-r
Nadar, correr, curtir
Gerúndio
-ndo
Nadando, correndo, curtindo
Particípio
-ado (para verbos de 1ª conjugação)
-ido (para verbos de 2ª e 3ª conjugações)
Nadado, voltado
Vivido, corrido, curtido



Fique Atento:

Por que “FORMAS NOMINAIS”?
As formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio) recebem esse nome porque podem desempenhar o papel de substantivos e adjetivos. 
Exemplos:
Aqui, o amanhecer é lindo. (infinitivo amanhecer funcionando como substantivo)
Ele queimou-se com óleo fervendo. (gerúndio fervendo funcionando como adjetivo)
 Este povo sofrido merece respeito. (particípio sofrido funcionando como adjetivo



Bibliografia:  MAURO FERREIRA. APRENDER E PRATICAR GRAMÁTICA,  SÃO PAULO: FTD, 2005.