Ironia
Por Paula Perin dos Santos |
Leia este trecho escrito por Murilo Mendes: “Uma moça nossa vizinha dedilhava admiravelmente mal ao piano alguns estudos de Lizt”.
Observe que a expressão “admiravelmente” é exatamente o oposto do adjetivo posterior “mal”, deixando bastante clara a presença da ironia ou antífrase, figura de linguagem que expressa um sentido contrário ao significado habitual.
Segundo Pires, existem três tipos de ironia:
- asteísmo: quando louva;
- sarcasmo: quando zomba;
- antífrase: quando engrandece idéias funestas, erradas, fora de propósito e quando se faz uso carinhoso de termos ofensivos.
Veja exemplos na literatura:
“Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou tudo o que estava gravado?”
“Essa cômoda está tão limpinha que dá para escrever com o dedo.”
“João é tão esperto que travou o carro com a chave dentro.”
O contexto é de fundamental importância para a compreensão da ironia, pois, inserindo a situação onde a fala foi produzida e a entonação do falante, determinamos em que sentido as palavras estão empregadas. Veja estes exemplos:
“Olá, Carlos. Como você está em forma!”
“Meus parabéns pelo seu belo serviço!”
As duas frases só podem compreendidas ironicamente se a entonação da voz se der nas palavras “forma” e “belo”. Entretanto, isso não seria necessário se inseríssemos essas afirmações nos seguintes contextos:
Frase 1 – Carlos está pesando atualmente 140 kilos.
Frase 2 – O funcionário elogiado é um segurança que dormiu em serviço e, por isso, não viu o meliante que roubou todo o dinheiro da empresa.
Não seria necessário inserir o contexto na frase 1, se a reformularmos da seguinte maneira:
“Olá, Carlos! Como você está em forma… de baleia!”
Portanto, definimos como ironia a figura de linguagem que afirma o contrário do que se quer dizer.
Fontes
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas. 3 ed. São Paulo, Atual editora, 2005, p.40-1.
PIRES, Orlando. Manual de Teoria e Técnica Literária. Rio de Janeiro, Presença, 1981, p. 102.
SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, 407.
TUFANO, Douglas. Estudos de Língua Portuguesa – Minigramática. São Paulo, Moderna, 2007.
Fonte: Infoescola
Observe que a expressão “admiravelmente” é exatamente o oposto do adjetivo posterior “mal”, deixando bastante clara a presença da ironia ou antífrase, figura de linguagem que expressa um sentido contrário ao significado habitual.
Segundo Pires, existem três tipos de ironia:
- asteísmo: quando louva;
- sarcasmo: quando zomba;
- antífrase: quando engrandece idéias funestas, erradas, fora de propósito e quando se faz uso carinhoso de termos ofensivos.
Veja exemplos na literatura:
“Moça linda bem tratada,
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor!
(Mário de Andrade)
“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.Exemplo em textos falados:
(Monteiro Lobato)
“Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou tudo o que estava gravado?”
“Essa cômoda está tão limpinha que dá para escrever com o dedo.”
“João é tão esperto que travou o carro com a chave dentro.”
O contexto é de fundamental importância para a compreensão da ironia, pois, inserindo a situação onde a fala foi produzida e a entonação do falante, determinamos em que sentido as palavras estão empregadas. Veja estes exemplos:
“Olá, Carlos. Como você está em forma!”
“Meus parabéns pelo seu belo serviço!”
As duas frases só podem compreendidas ironicamente se a entonação da voz se der nas palavras “forma” e “belo”. Entretanto, isso não seria necessário se inseríssemos essas afirmações nos seguintes contextos:
Frase 1 – Carlos está pesando atualmente 140 kilos.
Frase 2 – O funcionário elogiado é um segurança que dormiu em serviço e, por isso, não viu o meliante que roubou todo o dinheiro da empresa.
Não seria necessário inserir o contexto na frase 1, se a reformularmos da seguinte maneira:
“Olá, Carlos! Como você está em forma… de baleia!”
Portanto, definimos como ironia a figura de linguagem que afirma o contrário do que se quer dizer.
Fontes
CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas. 3 ed. São Paulo, Atual editora, 2005, p.40-1.
PIRES, Orlando. Manual de Teoria e Técnica Literária. Rio de Janeiro, Presença, 1981, p. 102.
SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, 407.
TUFANO, Douglas. Estudos de Língua Portuguesa – Minigramática. São Paulo, Moderna, 2007.
Fonte: Infoescola
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