RUBRICA:
qualquer palavra de um texto teatral que não faça parte do DIÁLOGO. Essas palavras podem ser tanto o nome do personagem colocado diante de uma FALA, quanto a descrição do CENÁRIO, do FIGURINO, ou indicações de entradas e saídas de CENA, sugestões de MARCAÇÃO, ou ainda, comentários explicativos relativos ao estado de espírito dos personagens ao enunciar as palavras do texto. Essa última modalidade geralmente constitui um hábito literário de gosto duvidoso, pois denuncia que o diálogo não é suficientemente claro ou expressivo para revelar sua verdadeira motivação. Alguns autores, entretanto, tiram partido das rubricas e criam uma literatura paralela ao texto dramático de indiscutível interesse. É o caso de Bernard Shaw (1856-1950), por exemplo, que faz verdadeiros ensaios acerca dos personagens e de suas motivações, ou de Nelson Rodrigues (1912-1980), cuja poeticidade e irreverência às vezes criam rubricas profundamente perturbadoras.
DIÁLOGO:
processo de comunicação verbal entre duas ou mais pessoas. No DRAMA, um dos dois processos básicos de comunicação e expressão das personagens – o outro é o comportamento. Segundo Décio de Almeida Prado, “o teatro propriamente dito só nasceu ao se estabelecer o diálogo” , (A personagem de ficção, pág. 86). Trata-se aqui de uma afirmação relacionada à progressão da ação dramática, que prescinde da figura do NARRADOR. É graças, pois, ao diálogo que a ação dramática caminha, ao mesmo tempo em que se torna compreensível através da exposição das vontades e dos objetivos que as constituem. O termo diálogo é usado também para designar um tipo de PEÇA do padre José de Anchieta (1533-1597), como no Auto ou Diálogo da Crisma (1578).
Pesquisem sobre a vida e a obra de Padre José de Anchieta e de Nelson Rodrigues, este último além de ser o maior escritor de teatro brasileiro, foi também um primoroso cronista esportivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário